quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Jogos marcantes da minha infância!


Ih olha lá, mais uma postagem de 10 coisas marcantes! Dessa vez eu fui desafiado a fazer a lista de 10 jogos marcantes da minha infância. E como eu resolvi pegar só coisas de quando eu era criança, boa parte deles eu não sei a do que se trata a história, sério mesmo. Um dos motivos que me levou a querer aprender inglês é esse, inclusive: entender o que diabos eu estou jogando.

Samurai Warriors 2 vai ficar como menção honrosa, eu conheci o jogo quando era um pouco mais velho já, mas a série Warrios (Samurai Warriors, Dynasty Warriors, Gundam Warriors e Warriors Orochi) é a melhor série de Beat-em Up que eu já joguei. É simples, é prática e é divertida: pegue um personagem e regace com milhares de inimigos por fase. SIMPLES! PRÁTICO! DIVERTIDO! E faça isso com samurais e ninjas. Não fica melhor que isso!

Aliás, muita gente que eu conheço sabe que eu não gosto de multiplayers hoje em dia, mas vários, quase todos, dessa lista serão mp, pois naquela época, era assim que eu jogava. Juntávamos meus primos mais velhos e os amigos deles e iam tardes e noites de diversão!

Chega, vamos para a lista - sem ordem específica, a propósito!


Super Mario World - Super Nintendo

Vamos tirar o trivial do caminho. Super Mario World foi meu primeiro jogo. Meu mesmo. Do meu videogame. MEU! Eu ganhei um Super Nintendo aos 6 anos, jogo desde então. Super Mario veio com o Super Nintendo, consequentemente, joguei que nem doido esse jogo. 

Aumentando a imagem ali, dá pra ver que tem uma área chamada Forest of Illusion. Nunca passei dessa parte. Eu chegava no Bowser pela Star Road. Consequentemente, nunca zerei esse jogo. Próximo!


NBA! JAAAAAAAAAAAAAM! - Super Nintendo

Cara, pensa num jogo nada a ver! Jogo de basquete - DUH - 2 contra 2. Aí o seu jogador pula vinte metros de altura, dá 15 cambalhotas, a bola pega fogo - HE'S ON FIRE! - e explode a tabela! Muito foda!

Essa imagem é do remake, eu joguei a versão de Super Nintendo, com Michael Jordan, Scottie Pippen, Karl Malone, Hakeem Olajuwon, John Stockton, Dennis Rodman e outros caras irrelevantes na história da NBA.

Posteriormente eu viria a treinar basquete por uns bons anos.


Sunset Riders - Super Nintendo 

Cowboys! Armas! Tiros! Vacas! Cavalos! Odiava a porcaria da fase do trem, era uma merda ficar correndo com o cavalo, mas tudo bem. E uma das frases que eu melhor lembro da minha infância é:

"Burry me with my... money"

Do primeiro chefão. Sei lá o nome dele. Esse é um dos jogos da lista que eu praticamente só joguei no multiplayer, com meus primos mais velhos.


Pocky & Rocky - Super Nintendo

Esse jogo foi um achado! Diferente da maioria dos outros, esse aqui eu joguei só com o Klaus, um dos primos mais velhos. Até onde eu me lembro, a gente pegou esse jogo "porque sim" na locadora. E pensa numa boa ideia!

O jogo consiste no seguinte, você pode escolher entre a Pocky, a mocinha que atira cartas (a versão macho do Gambit) ou o Rocky, o guaxinim que atira folhas. E aí é sair tacando coisas em inimigos diversos.

Tem uma fase que é na cabeça de um dragão! Você é um guaxinim que monta um dragão! 

Não conheço muita gente que sequer conhece esse jogo, mas é bem legal.


Final Fight - Super Nintendo

Fechando a seção Super Nintendo tem o Final Fight. Esse eu joguei sozinho e no multiplayer. Mas vamos lá, mais um jogo que para mim era escolher um personagem e sair sentando a porrada em todo mundo. Mais velho eu descobri que o objetivo era salvar a filha do prefeito da cidade, o Haggar, a versão bombada do Freddie Mercury.

Pera aí. Pense sobre isso. Esse cara gigante, forte pra porra e com um puta bigodão é o PREFEITO da cidade! Deve ser a inspiração do Levy Fidelix. O Haggar luta wrestling. Foda!

E segundo a Stela, a minha "posição canônica para fotos" é igual a do Guy. Vai ver ele tem a mesma aversão que eu tenho a fotos. Mas estou divagando. De volta para os jogos!

Ah, se você não conhece o jogo, é aquilo que eu disse lá em cima: você escolhe entre Guy, que é um ninja, o Cody, que é um personagem brigador padrão ou o Haggar, um lutador de luta-livre gigante destruidor de gente. E aí vai espancar punks nas ruas. UHA!


Streets of Rage - Mega Drive

Só que antes de Final Fight, teve Streets of Rage! Eu e os já mencionados primos - e serão mencionados a exaustão nessa postagem - jogávamos esse jogo no Mega Drive deles.

O lance aqui é o mesmo do jogo acima, escolhe um personagem e sai porradeando todo mundo! UHA! Eu jogava isso quando eu tinha uns 5 anos, eu acho, ou um pouco mais, porque a gente jogava Mega Drive antes de eu ter o Super Nintendo... é, não lembro muito do jogo além de que jogávamos ele.


007 GoldenEye - Nintendo 64

Eu acredito que a gente pode considerar esse jogo um clássico da geração dele. Jogo de tiro em primeira pessoa com uma mecânica muito boa e um modo multiplayer muuuuuito foda!

Aqui jogávamos meus primos e os amigos mais velhos deles. Quatro jogadores, todo mundo contra. Muito bom! Passamos várias tardes juntos se matando nesse jogo.

Nintendo 64 que era dos meus primos, assim como Mega Drive. 


WCW vs nWo Revenge - Nintendo 64

Pro-wrestling é legal pra caralho! Na época eu não fazia ideia do que era isso. Mas esse jogo era muito bom! Juntávamos novamente os primos e os amigos, todo mundo contra, Royal Rumble com limite máximo de participantes e sentava a porrada uns nos outros!

Tempos depois eu comecei a assistir pro-wrestling, quando ainda tinha a WCW e WWF. Aí a WCW faliu, a WWF virou WWE e muita coisa mudou desde então. Hoje eu não acompanho mais tanto. Quando a WWE entrou na PG Era, na Era Cena, perdeu muito da graça e aí eu larguei mão.

Mas esse jogo aqui tem a época mais legal do pro-wrestling nele. Personagens como Goldberg (o careca da imagem), Hollywood Hulk Hogan (o cara da esquerda na imagem), Kevin Nash (o cara perto do Hogan), La Parka - ele se vestia de esqueleto e entrava no ringue com uma cadeira pra usar como arma, Sting - que usava um taco de baseball, Scott Hall, Curt Henning, Rey Mysterio e outros caras que marcaram época.

Galera, aqui vem um adendo nada a ver com o jogo: não sejam babacas e não comparem pro-wrestling (WWE) com MMA (UFC), tudo bem? Faz esse favor pro tio?

Pro-wrestling é puro entretenimento. As lutas tem um certo script, os vencedores são definidos antes e tudo isso por que o objetivo é contar uma história, é tipo uma novela com os caras se batendo. Só que no processo de contar uma história, os caras são arremessados em cima de tachinhas, tomam cadeiras, caem de uns 6 metros de altura... o que exige fisicamente desses atletas é uma coisa absurda. Acho que foi o Stallone que falou "você não pode fingir a Gravidade", ou seja, cair machuca. Independendo do quão combinado for uma luta, cair de 6 metros continua sendo cair de 6 metros.

"Ah mas é tudo combinado, não tem graça, não é porrada de verdade". Você assiste filmes e acha bom. Você assiste anime e acha bom. Eu gosto de pensar que você não acha que filmes e animes são de verdade e tals. Pro-wrestling está no mesmo nível, é entretenimento!

E a segunda parte: UFC não é um esporte! MMA é um esporte! E goste você ou não de lutas, Mixed Martial Arts é um esporte.

Agora nós estamos falando de lutas de verdade. Lutadores de MMA - do inglês, Mixed Martial Arts, artes marciais misturadas - treinam vários estilos de luta, entre eles boxe, muay thai, jiu-jitsu, luta olímpica, judô, sambô, kickboxing e qualquer outra modalidade que ele quiser. Eles misturam as técnicas e sobem no ringue para enfrentar outro lutador "for reals", aqui ganha quem conseguir um nocaute, nocaute técnico ou fazer o adversário desistir da luta numa finalização - chaves de braço, perna, etc. ou então na decisão por pontos, que aí são os juízes que decidem quem ganhou.

Aqui a gente tem divisão de categoria de pesos, cinturões e tudo mais.

Então, você pessoa querida do meu coração que está lendo isso, não seja babaquinha e não compare os dois, ok? Obrigado.

De volta aos jogos.


Redneck Rampage - PC

Eu não sei NADA sobre esse jogo. Só que foi assim: meu pai comprou esse jogo, instalou no computador e disse "joga aí", então eu joguei lá.

Cara, você joga com um caipira com problemas com bebidas e tem várias armas pra sair matando qualquer coisa que se mecha. E tinha uns ETs, se me lembro bem. E porcos e galinhas e policiais. E você mata tudo isso aí. Geralmente com uma 12 de dois canos. Cool!

Foi o primeiro jogo de PC que eu joguei e obviamente não era pra minha idade! Muita gente jogou Doom, eu joguei Redneck Rampage. A jogabilidade é mesma, a apresentação do jogo é muito semelhante também. Só que você recupera sua vida com cerveja. E fica bêbado se beber muito também.


Age of Empires 2 - PC

E vou fechar a lista com o que, pra mim, é o mais legal jogo de estratégia que eu já joguei. Inclusive, eu acho o 2 muito melhor que o 3.

Eu aprendi muito com esse jogo, eu lia todo as informações que tinham nele, prestava atenção nos detalhes das civilizações. Ajudou muito o desenvolvimento do meu inglês.

E é isso.

WOLOLO!

Bem, essa é lista dos jogos marcantes só da minha infância. Uma hora, quem sabe, se alguém demonstrar interesse, eu faço dos jogos da adolescência em diante. Afinal, são quase 17 anos de videogames!


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Livros Marcantes


Eu fui marcado numa corrente de Facebook que pede para que eu escrevo algo sobre 10 livros que me marcaram. Eu geralmente não participo de corrente nenhuma simplesmente porque eu sou babaca, mas nesse caso, abrirei uma exceção. Encaro essa corrente como um certo incentivo a leitura e por ter um viés cultural, achei bacana continuar a brincadeira.

Mantendo a tradição da "sinceridade a todo custo", eu fiquei preocupado quando vi qual era minha tarefa. Eu gosto de ler, mas eu leio em uma situação muito específica: quando eu estou esperando alguém ou algo. Ler me dá muito sono, eu não tenho a habilidade de ler em casa, por puro prazer, e ficar acordado. Me falta esse gene. Por causa disso, eu leio somente quando eu TENHO que ficar acordado. Então, digamos, que eu estou esperando para começar um filme, esse tempo eu passo lendo, aí eu não durmo. Consequentemente, eu não leio tanto quanto deveria ou gostaria, eu demoro vários meses para terminar um livro, e muitas vezes nem é um livro grande, acabo deixando livros pela metade vez ou outra também. 

Outra coisa que faz com que eu prefira outra forma de entretenimento à livros é que eu me envolvo muito mais com um jogo. Então se eu tiver a opção: livro x Xbox, eu vou jogar. Acho que por participar "diretamente" da história, mesmo em jogos lineares, eu sinto "melhor" o jogo, as coisas me impactam de forma mais profunda e não é raro eu rever conceitos após completar uma aventura eletrônica. Considero a série Mass Effect como uma das coisas mais geniais que eu já joguei, já refiz o jogo sei lá quantas vezes e eu ainda me espanto como, mesmo jogando descompromissado, certas escolhas me causam um desconforto moral gigantesco. Não é fácil fazer uma escolha que inevitavelmente exterminará uma raça inteira da galáxia. Talvez eu possa elaborar mais sobre a minha relação com os jogos num outro dia.

Por esses dois motivos - me dá sono e eu prefiro jogar - eu achei que tinha acabado de entrar numa fria quando vi que deveria escolher 10 livros marcantes, a primeira preocupação foi "putz, será que eu lembro de 10 livros?!" e depois de ter lembrado deles, escolher o que é mais marcante que o que e o motivo. Fatalmente algum livro ficará de fora e felizmente eles não tem sentimentos para serem feridos. Títulos como "Falcão Negro em Perigo", de Mark Bowden, e "Não Há Dia Fácil", de Mark Owen, não entram nos livros mais marcantes porque, embora eu tenha lido ambos mais de três vezes, eu não acho que eles mudaram minha vida, acrescentam algo, lógico, mas não foram "revolucionários". Eu considero "Falcão Negro em Perigo" um relato de guerra fantástico e acho a leitura de "Não Há Dia Fácil" muito tranquila.

Enfim, eu não vou colocar muitas informações relacionadas aos livros, mesmo porque são 10, então ficaria algo muito grande e cansativo para as pessoas lerem.

Movin' on


O Poderoso Chefão - Mario Puzo

De todos os motivos do mundo que alguém poderia ter para esse ser um dos livros da lista, o meu é provavelmente o mais inusitado: ele está aqui porque é pior que a adaptação cinematográfica. Eu considero isso um feito e tanto! É muito complicado achar um filme melhor que o livro em que é baseado. Não creio que seja demérito do Mario Puzo, mas sim uma capacidade descomunal do senhor Francis Ford Coppola.

O livro começa legal e vai ficando muito bom, aumenta o ritmo, fica interessante, chega no meio e fica um saco, eu me forcei ler até o final. E foi arrastado, eu devo ter terminado dois livros antes de terminar O Poderoso Chefão.

Então, por ser pior do que um "subproduto", eu o considero algo marcante.


Memórias de um Sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida

Porque esse livro é CHATO PRA CARALHO.

...

O que? Tem que falar mais alguma coisa? OK, então, sentem-se, crianças, está na hora das "Histórias da Minha Vida!"

Formatura da Oitava Série, tudo o que você puder imaginar dando errado e entrando no Ensino Médio. O colégio que eu estudei deu um livro para cada formando, os títulos variavam, imagino que isso era uma atitude para incentivar a leitura. Aaaah se eles soubessem o tamanho do erro...

Aí eu ganhei esse gracioso exemplar de literatura brasileira. Li. Nunca mais li outro Clássico. E aqui cabe um momento de sabedoria: você que por ventura está lendo isto e está no colégio ainda, não cometa o meu erro. Tenho a certeza de que perdi a oportunidade de absorver muito conhecimento e poderia ser uma pessoa com um volume muito maior de cultura erudita hoje em dia. Eu passei de Literatura no Ensino Médio inteiro através do "jeitinho brasileiro" que eu tanto critico e tenho aversão. No 1º Ano eu passei porque eu prestava atenção na professora que era bonita - aaaaaaai seu porco machista objetificador de mulheres!. No 2º Ano eu passei ganhando nota com um teatro, era fazer a peça ou estudar os clássicos. Fiz um papel de menos de 5 minutos e passei de ano. No 3º Ano eu passei na base da pesquisa de resumos e reviews. 

Ou seja: depois de Memórias de um Sargento de Milícias, eu NUNCA MAIS li um Clássico da literatura brasileira, criei um bloqueio gigantesco com esse tipo de livro e perdi por completo o interesse neles e na matéria de Literatura no todo.

E para fechar os livros que marcaram de forma inesperada, o próximo é....!


Harry Potter e a Pedra Filosofal - J. K. Rowling

Não precisava de nenhuma identificação, certo? Na época todo mundo estava lendo Harry Potter, até minha mãe. Aí o livro estava lá e eu pensei "porque não?" e fui ler. Eis um livro que me marcou pelo fato de eu nem ter terminado de ler.

Harry Potter marcou toda uma geração. Pessoas cresceram junto com o personagem e viam vários de suas dificuldades, dúvidas, problemas, situações e coisas assim refletidas no livro e se espelhavam em algum personagem. Nomes como Voldemort, Hermione, Rony, Snape e Dumbledore fazem parte de um "senso comum" hoje em dia, muito devido aos filmes também. E esses sim, eu acompanhei, e mesmo assim com muito menos entusiasmo com a maioria.

Eu não li nenhum dos outros livros da série, nem tentei, isso me separa de uma boa parte da minha geração, ainda mais considerando o perfil dos grupos sociais aos quais eu pertenço.

E agora, partindo para livros com bons motivos!


O Alquimista - Paulo Coelho

E depois de ler O Alquimista, nunca mais li outro auto-ajuda. Tcharaaaam!

Mas sabe qual é a merda? Um dos motivos de eu não ter terminado Harry Potter, é que na época eu estava lendo este livro e achei muito mais interessante que HP, ainda mais porque eu era muito preguiçoso e descobri que eu teria que ler um cagalhão de livros para descobrir o final, enquanto esse aqui era um só.

E na época eu achei um livro muito bom. Li mais de uma vez também. Antes dele, nós alunos da Oitava Série na época fomos forçados a fazer um trabalho sobre "Quem Mexeu no Meu Queijo?". Então era esse o outro auto-ajuda que eu conhecia. O Alquimista foi uma melhora, do meu ponto de vista, e foi o último do gênero que eu li também.

Me considero uma pessoa melhor por isso.


Azincourt - Bernard Cornwell

Guerra do Cem Anos, Inglaterra x França! Arqueiros! Guerra! Excelente! Eu chegava mais cedo nos lugares para ter que esperar mesmo e ter tempo para ler este livro. Já li mais de quatro vezes e faço questão de não lembrar direito do que está lá, para ter desculpa para ler de novo.

Foi meu primeiro contato com os escritos de Bernard Cornwell e eu gostei muito do estilo. Recomendo fortemente. A ação é intensa e a descrição dos cenários é suficiente para entendermos o que está acontecendo, sem todas as 50 páginas de descrição desnecessária do Dan Brown, por exemplo. Dan Brown é um saco.

E além de tudo, tem um romance que não é mela-cueca. O cara põe um romance no meio do meu livro e não me incomoda com isso. O senhor Cornwell merece vários elogios. 


Serial Killers: Made in brasil - Ilana Casoy

Esse livro me causou transtornos psicológicos sérios na época, eu parei de ter pesadelos com ele só depois de muito tempo e por um motivo muito simples: fotos.

Eu odeio fotos.

E este tem um monte. O livro nos conta a história de um seleto grupo de serial killers brasileiros como o Vampiro do Niterói, Índio do Brasil, Maníaco do Parque é o Chico Picadinho. Até aí tudo bem, até aqui tudo certo. Tem o que eles fizeram, como eles fizeram e depois tem entrevista com eles. Tudo com muito detalhe, é um livro muito gráfico, mas você ler que o cara esquartejou a mulher é uma coisa, agora quando tem a foto da mulher esquartejada, a situação muda.

E lá tem mulher esquartejada, criança morta, mulher amarrada e assassinada, baldes com órgãos... e isso é o que eu me lembro. Infelizmente eu me lembro. O impacto destas fotos foi gigantesco. Em retrospecto, eu acredito que não deveria ter encostado nesse livro com 12 anos de idade.


Elite da Tropa - Luiz Eduardo Soares/André Batista/Rodrigo Pimentel

Foi o livro que eu li mais rápido na minha vida. Esse eu peguei para ler em casa, sentado na cama, querendo dormir e só soltei quando ele acabou. Não consegui mais repetir o feito. 

Eu não sei explicar exatamente "coé" a desse livro, mas é muito bom, foi o primeiro livro sobre a polícia que eu li também. Eu li antes de virar filme, antes de inverterem o título.


Sangue Azul: Morte e Corrupção na PM do Rio - Leonardo Gudel

Esse é brutal. O livro é escrito de forma crua, expõe uma realidade violenta, nojenta, revoltante mas que, no entanto, fez com que eu compreendesse o lado do autor.

"Pra mim, quem ajuda bandido é cúmplice" - Capitão Nascimento

E eu concordo. Aqui neste livro o cara mata, rouba, espanca e tortura por dinheiro e mesmo assim eu "simpatizei" com o cara, pelo contexto. O cara expõe uma realidade tão f*dida que, sei lá, eu não conseguia ficar com raiva dele pelas coisas que ele fez. Tudo é exposto da forma mais impactante possível, impressionante! A escrita possui uma "carga gráfica" gigante, detalha de maneira tal que não é necessária muita imaginação para visualizar o que aconteceu ali. Recomendo, mas requer estômago.


Musashi - Eiji Yoshikawa

Musashi tem dois pontos importantes: primeiro que É um romance, romance mesmo, com amor, encontro e desencontro, suspiros e tudo mais, segundo que a escrita, a narrativa oriental, é MUITO diferente do que eu estou acostumado. Não é tão importante assim, mas é relevante: esse livro é grande pra caralho, umas mil paginas.

Por mais de uma vez o autor passa cerca de 80 páginas criando o clima para um duelo, aumenta a sua expectativa pelo o encontro entre duas pessoas e aí... e aí... E AÍ... aí ele não descreve o encontro! O cara fica 80 páginas falando das técnicas de personagem X e da habilidade de personagem Y e na hora da luta, ele muda o foco, vai falar de personagem B. Terminada a história de B, ele volta para X falando "(...)e após o duelo com Y, X seguiu seu caminho" e a gente não sabe o que aconteceu naquele duelo que a gente esperou tanto tempo!

Sem contar o desespero que dá em certas partes, devido a essa característica da obra, porque muitas vezes, quando começa a ficar legal, já começa o sentimento "po, mas ele não vai falar o que vai acontecer". 

Muito bom!


Moko or Maori Tattoing - Horatio Gordon Robley 

Este é um livro etnográfico, onde o autor descreve os métodos e os significados da tatuagem da etnia Maori, nativos da Nova Zelândia. O livro é absolutamente fantástico no que diz respeito a valor cultural, estão descritos diferentes padrões de tatuagem, o contexto em que era usada, os valores culturais e o melhor de tudo é que não fica preso só nisso, ele também conta a história dos Maori até então (este livro é de 1896). 

Este livro me marcou pelo contexto em que eu o li: consegui terminar de ler inteiro enquanto eu estava na seção da minha tatuagem Maori. Muito apropriado.

Ver como os designs originais se modificaram com o tempo e com a influência de outras sociedades foi algo muito bacana e ainda criou um questionamento interessante: os Maoris são na Nova Zelândia o que os Tupi Guarani deveriam ser aqui. São os nativos. No entanto, eu tenho uma parte do meu coberto com uma arte de origem Maori enquanto os nativos brasileiros estão em cada vez mais problemas. Me pareceu muito injusto o tratamento diferenciado que temos com as culturas nativas estrangeiras. Talvez a gente devesse valorizar mais a cultura indígena nacional, mas isso é para outra discussão.

Enfim, por ter feito parte de outro momento muito marcante da minha vida, esse achado é um dos livros mais significativos para mim.


A Arte da Guerra vai ficar como menção honrosa, assim como Minha Arma Não Perdoa, de Mickey Spillane, Op Center, de Tom Clancy, os já mencionados Falcão Negro em Perigo, de Mark Bowden, Não Há Dia Fácil, de Mark Owen e o excelente 1984, de George Orwell.

Então é isso aí! Eu não vou passar a corrente para frente da forma que me foi requisitada, eu gostaria que quem se sentisse a vontade fizesse a lista, a título de curiosidade.

E só pra não dizer que eu não falei de religião... brincadeira.

HA-HA!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Vamos falar de casamento e maconha



E aí todo mundo, como estamos? Espero que bem. Chega de conversa fiada. Eu ia postar esse texto só no Facebook mesmo, mas acabou que ficou muito grande para uma postagem lá então eu trouxe para cá.

Hoje o pensamento é sobre duas coisas: o casamento gay e a maconha, conforme diz o título. Eu li algumas coisas que eu simplesmente não podia deixar soltas, sem nenhum tipo de resposta. No decorrer do texto, eu acredito que as pessoas que me conhecem conseguirão sentir o quanto eu me esforcei para não ser mal educado e que esse provavelmente será o motivo da minha úlcera. Mas assim eu fico mais perto do Nirvana. Mentira.

Eu vou colocar algo que eu escrevi mais cedo esse ano, durante as manifestações, a importância dele virá mais adiante, conforme eu desenvolvo meus argumentos:

"O "mundo" já foi dominado pela Religião uma vez. Eu sugiro que façam uma pesquisa sobre esse período, a tal da Idade Média. Eu li uma vez, mas não sei de quem é a frase: "interessante que o período em que a Igreja mandava nós denominamos Idade das Trevas, mais interessante ainda é que quando a Igreja perdeu o domínio, nós chamamos de Iluminismo".



Infelizmente o ano já está errado, estamos entrando em 2014 e continua a mesma coisa. "É mais fácil enganar as pessoas do que convencê-las de que foram enganadas", a frase é supostamente de Mark Twain, é excelente para as coisas que eu leio no Facebook.

Gente, muito na moral, é OK você acreditar no que você quiser, o que não é OK é forçar todo mundo que não acredita a fazer o que você quiser baseado no que você acredita! O casamento gay é um direito deles e a única consequência disso é que agora gays também podem casar, SÓ ISSO! Não implica que a sua família vai ser obrigada a se casar com um gay, que você vai virar gay, que o céu vai ficar rosa, que existe uma conspiração gay para tomar o controle mundial... na moral, galera...
 
Do meu ponto de vista, esse chilique todo é tão inteligente quanto ser contra o voto da mulher e contra os direitos civis dos negros! E só para esclarecer, NÃO É uma posição inteligente.

E o pior é que geralmente é baseado em argumento bíblico. Então vamos dar uma olhadinha em nosso infalível guia moral, palavra inspirada pelo Senhor? O site Acidez Mental fez esse favor para mim, de compilar passagens bem interessantes, então o que se segue são partes do texto que está no link acima:

"Muitos como eu, rejeitam a bíblia porque ela descreve e aprova os mais ultrajantes atos de extrema crueldade e injustiça. Um dos princípios do nosso sistema legal (e a base legal de todas as sociedades civilizadas) é a noção de que o sofrimento do inocente é a própria essência da injustiça.
No entanto, vemos que deus da bíblia, repetidamente viola esse fundamento de princípio moral causando dor e morte a milhões de pessoas e animais inocentes.

Passagens de crueldade e injustiça praticadas pelo deus da bíblia são vistos mesmo nos princípios básicos dos ensinamentos cristãos. Alguns atos bem conhecidos do deus bíblico são de fato imorais, tais como:

Ter amaldiçoado toda a humanidade e a criação devido ao ato de duas pessoas, Adão e Eva (Gênesis 3:16-23 e Romanos 5:18),( O que nós temos a ver com Adão e Eva? );

Ter afogado mulheres grávidas, crianças inocentes (Gn 22:2; Ex 12:29; Lv 26:29; Dt 21:18-21; Dt 28:53; e animais na ocasião do Dilúvio (Pereceu toda carne que se move sobre a terra - Gênesis 7:20-23);

Ter atormentado os Egípcios e seus animais com pragas e doenças por ter o Faraó se recusado a deixar os Israelitas deixar o Egito (Êxodos 9:8-11,25);

Ter matado crianças egípcias na época da Páscoa (No meio da noite deus feriu todos os primogênitos na terra do Egito... e houve grande clamor no Egito por não haver casa onde não houvesse um morto);

Depois do Êxodo ter ordenado aos Israelitas aniquilar sem piedade os homens, mulheres e crianças de sete nações e roubar suas terras, demolir seus altares, despedaçar seus postes sagrados e queimar seus ídolos (Deuteronômio 7:1-2);"

"AAAAAAH MAS TÁ FORA DE CONTEXTO E É DO VELHO TESTAMENTO MIMIMI MIMIMI MIMIMI"

Então me forneça um contexto em que genocídios são legais e bacanas e justificáveis, me forneça um contexto onde morte de inocentes é justificável, o mesmo para infanticídio. E a propósito, se não conta porque está no Velho Testamento, os 10 Mandamentos também estão no Velho Testamento, então eu acredito que isso não conta também, certo? Ah conta? Interessante...

E por aí vai, dá uma olhada lá no site que é bem legal.



E aí veio o Uruguai e liberou o cultivo, venda e consumo de maconha. Oh, a infâmia! Como este presidente sem Deus no coração faz uma coisa dessas, é um absurdo!

Você conhece o senhor da foto? O nome dele é José Alberto Mujica Cordano, mas conhecido como Pepe Mujica. Ele doa 90% do salário de 12.500 dólares dele para ONGs e pessoas carentes. Ele mora na fazenda da mulher dele, onde eles plantam crisântemos para venda e utiliza um Fusca como meio de transporte. Por qual motivo isso é relevante? Pelo motivo desse senhor ser o presidente do Uruguai. E ele é ateu.

Mas, segundo Datena, pessoas sem Deus no coração são bandidos e assassinos e tudo mais. Mas o ponto aqui não é o fato dele ser ateu, e sim dele ser o presidente, ser o responsável pela legalização da maconha no nosso país vizinho lá de baixo.

E aí eu li isso aqui: "(...)que esta utopia falida pela qual nossa elite cultural morre de amores é herdeira da que justificou os piores genocídios que a humanidade já conheceu, no século passado" e "E que o ódio à religião travestido de "laicidade de Estado" é apenas a outra face de um mesmo monstro chamado totalitarismo."

Vamos falar de Totalitarismo? YAAAAAAAAAY



Quem seriam esses? NÃÃÃO! Esse é Hitler? Com quem?! Um bispo?! NÃÃÃO! Seria o Papa?! NÃÃÃO! O que você está me mostrando? Mas isso significaria que a Igreja Católica estava de boa com a execução de milhões de pessoas! NÃÃÃÃO!

É, amiguinhos, é isso aí, mas para ser justo, o Holocausto não cai na conta da Igreja Católica. Isso aí é treta do Hitler mesmo. E ele era católico, mas ele não fez as coisas que fez POR CAUSA disso, e isso é muito importante.

A União Soviética, assim como a política comunista, é considerada um "regime ateu", e durante o período em que as coisas eram comandadas pela Rússia, muita coisa ruim aconteceu naquela parte do mundo e uma das piores dela foi o que chamamos de Holodomor, que foi uma fome de caráter genocida ocorrida principalmente na Ucrânia, parte da URSS, entre 1932-33. e morreram, segundo números de estimativa, entre 3 milhões e 3,5 milhões de pessoas.

Agora, embora considerado um genocídio e por isso ter sido algo ocorrido de forma deliberada pela URSS, o ocorrido foi em nome do ateísmo ou da laicidade do Estado? NÃO, assim como o Holocausto NÃO foi por causa da Igreja Católica.

Colocar o Holodomor na conta do ateísmo faz tanto sentido quanto colocar o Holocausto na conta do Vegetarianismo. É, Hitler era vegetariano. Tão absurdo quanto colocar na conta da própria Igreja Católica.

Mas você sabe o que foi por causa da Igreja Católica? Lembra do meu texto lá em cima, de introdução a esse texto? Sim, a Idade Média! A Inquisição! As Cruzadas! Olha que bonito! Que tal isso pra genocídio e Totalitarismo?

E nem vamos entrar no ocorrido com os todos os nativos de... bem... todos os lugares que eles foram...

Sabe o que acontecia com quem não dizia Amém para tudo da Igreja? Morria.

Sabe o que vai acontecer no Uruguai com quem não fumar maconha e/ou não se casar com um gay? Nada!

MALDITO GOVERNO DITATORIAL TOTALITÁRIO SECULAR ODIADOR DE RELIGIÕES DESSE MALDITO URUGUAI! COMO OUSA NÃO CASTIGAR QUEM NÃO CONCORDA CONTIGO! COMO OUSA!

Oh wait...



Então, é o seguinte: se você quer discutir genocídio e totalitarismo, lembre-se da História do lado que você está defendendo. Você quer comparar a liberação de direitos individuais com a perseguição de quem se opõe a suas ideias. Eu sou completamente a favor de que cada um pense o que quiser e diga o que quiser, mas por favor, pense bem antes de falar qualquer coisa. Tem uma frase, que infelizmente eu não sei de quem é, que versa o seguinte: "é melhor que pensem que você é idiota do que abrir a boca e não deixar nenhuma dúvida".

Fecho o ano de forma não muito divertida, mas com o texto que ficou entalado um tempão. Um feliz ano novo para todos!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Passou o Dia do Amigo



O Dia do Amigo foi dia 20 de Julho. Eu acho. Eu sei que passou faz pouco tempo. E eu sei que eu não dei "feliz dia do amigo" para praticamente ninguém. Não é babaquice minha, eu só deixei passar. Tá, pode ser babaquice minha.

No entanto, eu achei que seria uma boa razão para voltar a escrever aqui, fazer um texto de conteúdo mais light, mais tranquilo, quase gay em certos pontos. Não vou atacar ninguém, não vou falar de religião - sério, não vou mesmo. 

Eu já fiz um texto de homenagem uma vez, a diferença é que esse texto vai ser para um monte de gente e isso é sempre um risco porque a chance de eu esquecer de alguém é imensa, mas vamos lá. A propósito, eu vou colocar um monte de foto de Cavaleiros do Zodíaco porque eu gosto! E faz sentido falar deles num texto sobre amizade. Você não conhece Cavaleiros do Zodíaco? Mentira, se você está sendo homenageado aqui, você conhece Cavaleiros do Zodíaco, pode nunca ter visto um episódio ou lido um mangá, mas tenho certeza que já ficou de saco cheio de me ouvir falando disso pelo menos um dia.

E se você não conhece mesmo Cavaleiros do Zodíaco, vai embora. Sério, eu não quero você aqui.

Acho que isso responde se eu sou babaca ou não...


Eu disse para o Carlos uma vez que eu acho relacionamentos humanos superestimados, que todo mundo dá um valor exagerado para outras pessoas. Eu sinceramente acho que quando você pensa em se matar só porque alguém parou de falar contigo, veja bem, eu acho que você está exagerando. Sério, você precisa gostar mais de você. Procure um profissional e resolva isso.

Eu acho que as pessoas fazem muita estupidez por motivos variados, mas se tem um deles que eu sinceramente não entendo é esse. Relacionamentos acabam, pessoas morrem, amizades acabam, gente vai para outros lugares e contatos são perdidos, acontece com todo mundo. Eu entendo ficar triste, vejo sentido em tentar manter os relacionamentos o maior tempo possível, mas sejamos sensatos aqui, não precisa se matar por isso.

No entanto, eu considero muito as pessoas que participam do meu cotidiano, desde quem eu não gosto até as pessoas que eu considero amigos e confidentes. Quem eu não gosto serve de contraponto para eu gostar mais dos outros e de mim, é um "puta merda, sou uma pessoa realizada por não ser igual a você".

E depois dessa quebra de expectativa, as próximas palavras são direcionadas a pessoas que eu me importo muito, que eu gosto muito e tem meu total respeito, pessoas que eu considero amigos e não colegas ou conhecidos. Eu não vou me matar por vocês, mas tem um monte de outras coisas que eu faria. Pergunta para o Horst o que eu fazia na época que ele não tinha namorada! Ehr... ou não, deixa para lá... enfim...


Eu só passei a usar a palavra "enfim" com frequência por causa da Elisa (primeira homenagem nominal do texto, hein! Terei problemas por causa disso). Eu acho engraçado que a gente acabe pegando certos trejeitos de outras pessoas. "Enfim" é uma palavra útil, obrigado por ter me ensinado isso. Aqui cabe um grande pedido desculpas registrado a nível mundial: sim, eu fui idiota contigo e injusto. Veja bem, não é pelo fato de que eu costumo brincar muito que eu posso brincar com o que eu quiser, certo? Eu gosto da frase "não existe piada inapropriada, é por isso que é uma piada!" mas eu passei do limite. Peço desculpas e um dia, daqui a uns tantos anos eu ainda quero contar essa história assim pra um sobrinho ou sei lá:
"Então, sabe a Tia Elisa, é, na faculdade a gente brigou feio e a gente parou de se falar. Hoje ela está comendo pão de queijo com a gente porque eu pedi desculpa. Então deixa de ser um babaquinha e vai pedir desculpa pro seu amigo!"

A imagem do Shun é significativa porque - eu sei que tem gente que vai me incomodar pelo o que eu direi a seguir - ele é, pra mim, a "amiga" dos Cavaleiros. A Saori não conta. Porque eu não quero. Cala a boca.

E eu sou um bosta de amigo, no ano passado eu pedi mais desculpas do que na minha vida inteira. E eu estraguei duas boas amizades, e essas eu acredito que nunca mais serão da forma que um dia foram. Uma eu sei porquê e a outra não, mas de qualquer maneira, são duas pessoas que faziam parte do meu dia ativamente e tive bons momentos com elas, que são a Sandra e a Marília. Tem o Julian, mas eu não vou te chamar de amiga, cara. De nada.

Mesmo que a gente já não mantenha mais conversas regulares, eu me importo com vocês, bastante até. De verdade. Eu não vou expandir aqui, mas saibam disso aí porque é importante.

A Stela parece um esquilo depois de tomar muito café. Você que já jogou Dragon Age II, sabe a Merrill? Justamente, parece baseada na Stela. A Tali de Mass Effect também. Só que adiciona cafeína nas duas. Muita. A Stela é poeta, galera, tem livroS - LIVROS - publicados, poesia, para quem gosta, deem uma força para a moça. Eu gostaria de ter a sua capacidade para leitura e aprendizado. Eu já te disse que eu não gosto de poesia. O que eu talvez não tenha dito é que eu não gosto porque eu não entendo. E para mim a pessoa tem que ter uma capacidade de abstração muito grande para entender essas coisas. Eu não tenho, um sou um completo imbecil no tocante a artes. Ou usar dorgas.

A Rebeca - você sabia que seria assim! - me ensinou que ruivo NÃO É CABELO VERMELHO. E que maconha não causa alucinação visual. Eu não fumei, ela quem disse. Ela leu sobre isso, não fumou também, certo? Além do mais, ela é a amizade que eu tenho com a pessoa mais alternativa que eu me lembro. Eu já te disse isso, mas você é a imagem do estereótipo da ativista de todas as minorias possíveis. E eu converso contigo, olha só. Quem me conhece a mais tempo sabe o tamanho da evolução que isso é para mim. E você precisa de um médico! Você sabe do que eu estou falando. Quem não sabe, pergunta para ela. Ha-ha!

Eu conheço a Alice desde a minha quinta série, eu acho, mas a gente só estudou juntos lá na sétima ou oitava. Eu não sei mais. Você lembra? Alguém lembra? Ela viu boa parte da minha história: cabelo grande, depois vermelho, depois azul, amarelo, vermelho de novo. Nós tivemos um grupo de amizade muito bom naquela época, né. Última vez que eu passei no nosso antigo colégio, parecia que se eu sentasse naquela Árvore tempo o suficiente, todos apareceriam para o intervalo. Excelentes momentos. Parabéns pela sua formatura! E já que eu falei do colégio, aqui entram mais algumas menções necessárias: Vanessa, eu ainda vou ler aquele caderno. Yule, você lembra de quando a gente se encontrou da primeira vez? A gente fez aula de música juntos e por algum motivo que até hoje eu não faço ideia, você nutria um ódio por mim que nem gatos tem por seres humanos. Felizmente isso mudou e nós tivemos uma boa "jornada" juntos, uma pena a gente ter se afastado tanto. Eu ainda lembro de um colar com uma caveira que eu te dei.

E tem mais gente que eu lembro também, da Carol, da Luiza, Gabriela, Laura... é... foi o tempo...

E a Guísela é a amiga que eu "carreguei" de Lucas do Rio Verde. 'Nuff said.

Sim, você pode ter uma amizade de verdade com uma pessoa do sexo oposto!


Cara, eu queria ser o Shiryu. Numa boa, deve ser o personagem que eu mais queria ser de todas as coisas que eu já li. Mas o lance dele aqui é ele está sempre disposto a se sacrificar pelos amigos, sem contar que ele é inteligente pra caramba. 

O Willian é O CARA nesse aspecto. Não tem como eu contabilizar o tanto que esse cara já fez por mim. Se tem alguém que eu devo muito mesmo é a você, cara. Eu sinceramente não preciso me alongar aqui, acho que você sabe bem o significado da nossa amizade. E nós dois sabemos que não tem como a gente falar da nossa amizade sem mencionar o Raphael, que é o nosso tripé - viu o que eu fiz aí? Raphael tripé? Hu hu hu?. O Raphael inventou a guitarra. E os riffs. E os solos. Não satisfeito ele foi lá e começou a tocar numa orquestra e agora ele é objeto de estudo da Ciência para descobrir como diabos ele é tão foda nessas coisas.

Horst, parcero mano brother doido, altas tretas, não? Eu tenho um grande agradecimento a registrar aqui: ninguém foi uma influência tão grande quanto a conhecimento científico quanto você. E o fato da gente ter se conhecido em Lucas do Rio Verde é uma ironia bacana, porque aquela cidade é estúpida. THERE, I SAID IT! Mas é sério, eu me considero uma pessoa mais inteligente por ter conhecido você. Eu devo muito do meu desenvolvimento intelectual a sua pessoa. Inclusive me ajudou a "sair do armário" - wait for it - quanto ao ateísmo, mesmo que isso tenha sido sem querer, eu acho, ou não, sei lá, enfim, ajudou e eu sou muito grato por isso.

O Gordo é um sujeito impressionante. Não é só a barba não. Ele é inteligente pra caramba e é expert em qualquer jogo. Se ele não conhece o jogo, demora aproximadamente 2 minutos para ele atingir esse nível. 3 se ele estiver com sono. E chamo ele de Gordo porque é assim que chamavam ele quando eu cheguei lá, mas ele não é gordo, ele é forte pra caralho! Uns três anos que eu malho e pratico lutas e eu estou próximo de ter a força do braço esquerdo dele. Ele é destro. Ele tem barba. Em suma: se eu tivesse nascido com a habilidade de produzir testosterona, eu gostaria de ser o Gordo. E ele é o responsável por eu ter jogado Persona. Não existem palavras para descrever o quão FODA esse cara é. 

Ícaro, você é louco. UHA!

Yuri, Marvim, Carlos, Lui e Gabriel - a gente se conhece a relativo pouco tempo, se tirar a greve, deve dar um ano, no entanto, vocês são pessoas extremamente importantes para mim. Não é só pela carona que o Marvim providencia ou pelo fato do Carlos rir de qualquer piada horrível que a gente faça. Eu gostaria de registrar que todos vocês são parte muito importante da minha vida, eu agradeço por poder dividir essa fase da minha vida com pessoas como vocês. Um dia eu serei metade do nerd que o Yuri é saberei metade das coisas que o Gabriel sabe. Eu espero que daqui uns 15 anos a gente possa sentar, todos juntos, numa lanchonete qualquer.

No São Gonçalo eu colecionei excelentes amizades: Paulo, Luiz Paulo, José Vitor, o Vinícius e o Vinícius. Vocês são fodas, a gente deveria fazer umas dessas festas de "10 anos de turma X" só para ter a desculpa de juntar todo mundo.


O Hyoga, para mim, representa o valor da família. Quem viu/leu sabe do que se trata, não vou ficar explicando aqui. Eu precisava dele aqui para falar das duas amizades mais importantes da minha vida: Andrew e Klaus.

Eu vou ter que falar da minha vida aqui, para quem não conhece vocês entender essa parte do texto. Eu cresci praticamente sem pai, ele trabalhava de mais e o contato que ele tinha comigo era quando ele estava exausto e estressado. Não era a relação mais sadia do mundo e eu só parei de ter medo dele quando eu tinha uns 15 anos e nosso relacionamento só está estabilizando agora.

No entanto, eu tive os dois melhores primos/amigos/modelos possíveis enquanto eu estava crescendo. Mais de 90% do que eu sou hoje eu devo a vocês dois. Minha personalidade, meus valores, meus gostos, o fato de eu ser uma boa pessoa hoje está diretamente ligada a vocês. Eu imagino minha vida sem pizza mas não a imagino sem a presença dessa dupla. Vocês tem noção do que é isso? Eu disse sem pizza! Vocês foram pais para mim, me acompanharam durante todo o meu crescimento, durante toda a minha vida. Não existe ninguém que tenha feito tanto e por tanto tempo por mim quanto vocês dois e eu espero que eu tenha conseguido melhorar a vida de vocês pelo menos 1% do que vocês melhoram a minha. A gente não conversa tanta quanto deveria, principalmente eu o Klaus, mas vocês são de longe as pessoas pelas quais eu tenho mais carinho, admiração e respeito. Da pimenta no olho, RPGs, tereré até as madrugadas jogando, vocês são as minhas melhores memórias de infância e adolescência. Vocês são os caras. Period.


Ainda não está finalizada, falta pintar, mas isso aí é uma tartaruga, olha ela deitadinha. Ela simboliza família e amizade.

Concluo dizendo que TODOS VOCÊ estão marcados em mim de forma mais profunda e significante do que vocês imaginam e que essas duas homenagens - o texto e a tatuagem - não conseguem exprimir o valor que vocês tem para mim. Carrego sempre todos vocês comigo. Muito obrigado.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

E ninguém tem consciência de nada!


 Eu ia voltar aqui com uma série especial de textos. Seriam pelo menos três textos educativos, rápidos e fáceis de serem compreendidos. Mas então chegou o dia 20 de Novembro, dia da Consciência Negra e a internet é tomada por uma leva de preconceito velado. Já li cada coisa absurda que eu achei mais urgente escrever sobre isso agora. A minha série bonitinha especialmente programada ficará para ainda mais tarde. 

Então, como já mencionado, hoje é o Dia da Consciência Negra, feriado em alguns lugares e em outros não - aqui em Cuiabá é. Qual a razão dessa data? 

É comemorado no dia 20 de Novembro por causa de Zumbi dos Palmares, que morreu no dia 20 de Novembro de 1695. Zumbi foi o líder do Quilombo dos Palmares, que fora formado por negros escravos que conseguiam fugir, a estimativa é que tinham cerca de trinta mil pessoas. Ele desafiou a Coroa Portuguesa e manteve a resistência do Quilombo. Quinze anos após ter assumido a liderança de Palmares, teve o local invadido e destruído pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, em 6 de fevereiro de 1694. Ele foi ferido nessa invasão, mas conseguiu fugir. Posteriormente ele foi traído por Antonio Soares, "amigo" dele, e fora surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça, sendo apunhalado na batalha. Resiste quase dois anos ainda, quando é morto junto com um grupo de vinte guerreiros. Zumbi teve a cabeça cortada e salgada, enviada para o governador Melo e Castro e exposta em praça pública, para acabar com a fama de imortal que ele tinha adquirido.

Em 14 de março de 1696, o governador de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, escreveu ao rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares.".



Relacionado as controvérsias - acredita-se que dentro dos quilombos havia também um sistema que contava com escravos, Zumbi inclusive sendo senhor de vários e que ele se tornou líder após o rei Ganga-Zumba ter sido envenenado.

Segundo Jorge Landmann, no livro "Tróia Negra - a saga dos Palmares", o sistema de escravos que acontecia nos quilombos era diferente do praticamente pelo brancos. A prática geralmente é considerada um conservadorismo africano, mantendo o sistema social que existia na África, com as classes sociais como escravos, soldados, generais e Reis. O sistema de escravos presente lá era diferente no sentido de que o escravo era visto como parte integral da casa do Senhor, basicamente como acontecia na Grécia Clássica.

"Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra." -  Carneiro, Edison. O Quilombo dos Palmares, Editora Civilização Brasileira, 3a ed., Rio, 1966, p. 35.



Então qual o objetivo da data?

Refletir sobre tudo o que os negros passaram por aqui, parar pra pensar em toda a contribuição da cultura negra, de toda a influência que eles tiverem e tem na formação da cultura brasileira, seja contribuição na área gastronômica, artística e ou religiosa. É inegável que o Brasil tem uma cultura mista e é influenciado fortemente pela cultura africana, eu considero ridícula qualquer tentativa de diminuir isso.

O objetivo é não esquecer que cenas como aquela retratada ali cima foram comuns, que a maioria dos negros que aqui chegaram passaram por isso, que não seja esquecida e ignorada toda a história brutal desses povos africanos, que a gente não feche os olhos e bloqueie todo o acontecido.

Eu concordo integralmente com o que a Melhor Namorada do Mundo, Nealla Machado, disse - "Eu acho importante pelo fato da lembrança histórica de todas as injustiças sofridas pelo povo negro. Do mesmo jeito que os judeus lembram do holocausto, que os japoneses tem o memorial da bomba atômica, é importante que a herança da escravidão esteja presente na memoria coletiva de todos, foi uma das maiores atrocidades da histórias da humanidade e temos que tratar isso como tal, não como uma coisinha sem importância"

Aí a gente lê isso aqui ó - "Consciência Negra é mais um título para diferenciar negros de brancos ou afro-descendentes de europeu-descendentes, agora te pergunto, quem está cometendo racismo ou elitismo, que seja, nesse caso? Vamos criar o dia da Consciência Branca também?"



VOCÊ ESTÁ SENDO RACISTA, SEU ANIMAL! Não tem nem o interesse de procurar o motivo da data e sai falando merda! É por causa de gente imbecil igual você que precisa de um dia desses! Caralh*, viu! 

Mas vamos por partes, vamos começar por aqui ó - "(...) é mais um título para diferencias negros de brancos" - primeiro que não é título, ninguém é o Senhor Dia da Consciência Negra, segundo que existem diferenças sociais SIM! É hipocrisia da sua parte dizer que não! É observável que a maioria da população negra vive mal no nosso país, tem acesso a educação de pior qualidade (abraço, "presidenta" Dilma), isso quando tem, mora em regiões de maior perigo - como favelas e até mesmo nas ruas - e sofre SIM com o preconceito! E sim, com certeza essa população miserável está sendo "elitista" porque tem um dia dedicado a memória histórica dos negros... gênio!

E agora a melhor parte! "(...)Vamos criar o dia da Consciência Branca também?"



Sim! Vamos criar o Dia da Consciência Branca, porque todo mundo sabe o quanto é difícil ser branco na nossa sociedade! A gente precisa de um dia para que todos parem e vejam todas as mazelas da nossa sociedade que diminuem o branco! A gente precisa conscientizar a população do tanto que é ruim ter a maior parte do dinheiro do país, do quanto é horrível ter capacidade de proporcionar a educação em um colégio particular para  os filhos, da merda que é não sofrer preconceito, do quanto é terrível conseguir pagar plano de saúde e ser considerado o padrão de beleza da sociedade, é foda não ser considerado bandido só porque é branco, é complicado não apanhar da polícia só porque você é branco. É clara a necessidade de um Dia da Consciência Branca.

"E para a sua informação, isso foi sarcasmo" - Sheldon Cooper, PhD.

E sabe do que mais? Contra um dia da Consciência Negra o sujeito é contra, agora quando o feriado é esse aqui:



 Aí não tem problema. Sexta-feira Santa por causa de um mito é OK. Natal por causa do nascimento de um aglomerado de crenças pagãs num sujeito só é OK. Dia da Padroeira do Brasil, figura de um livro de história de mais de 2 mil anos que representa a mãe de outro personagem do mesmo livro, tudo bem, OK. Porque sabe como é, como não existe absolutamente nenhuma comprovação de nenhuma das histórias de lá, nem de Jesus, é mais do que justo que a gente se lembre dessas histórias!

E eu também tenho certeza de que o senhor canta o Hino Nacional pelo menos uma vez por semana para poder parar no feriado da Independência com a consciência limpa. 

Agora faça um dia em memória de FATOS como a escravização dos negros ou dos reais problemas de uma população e pronto, temos um problema!

Tá louco, viu...